terça-feira, 13 de setembro de 2011

Canto do Vigário - No chão onde passo



No chão onde passo


Forquilha de pedras
Num carro de mão
Pedaços de arte
Que ficam no chão

Um corpo curvado
Esculpindo a calçada
Carícia na terra
Em cada pancada

Em tela de areia
Pincel de metal
Lascando a preceito
No toque final

A negra que surge
Partida em metade
É bico de um corvo
Da minha cidade

A luz vai baixando
O sol se encobrindo
E o corpo curvado
Ainda esculpindo

A barca já feita
De luto vestida
No branco envolvente
Contraste de vida

E o maço a compasso
Batendo no chão
E a areia varrida
No carro de mão

E um corpo curvado
Se ergueu de cansaço
E um quadro ficou
No chão onde passo


Música: Miguel Rebelo

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